segunda-feira, 10 de março de 2014

A Criação

A Criação 

A criação é um andarilho sem compromisso caminhando pelos mundos de cores e colores; sons e músicas; amor e paz; sonhos e realidades; infinitos e eternos; e seres humanos e Natureza.
Começa com o primeiro passo. Depois o segundo, logo vem o terceiro, o quarto já chegou, o quinto amassou, o sexto tem vintém e assim caminhamos.
O andarilho encontra uma estrada e não sabe onde vai dar.
Tem uma árvore do lado direito e bem lá no fundo, do lado esquerdo, um rio.
O céu é ao contrário, ou seja, o andarilho vai por sua estrada de cabeça para baixo. O céu está no lugar do solo e abaixo do solo está a Natureza. Onde está o solo afinal?
O andarilho enxerga muitas formas, mas a cada passo que dá elas mudam e aquelas de um segundo atrás são inimagináveis um segundo adiante.
Direita: lagoa, noite, muralha e depois um castelo. Esquerda: Júpiter, o Sol, Homero e olhando bem, talvez, o passado.
O andarilho já não lembra mais de nada. Nem de onde está.
Também onde ele está não é o mais importante e sim como está... E o que vai fazer com isto.
Longe virá perto e o perto já está no cérebro do andarilho.
Arco-íris tem todas as cores: a paz vem de violeta e os mares e oceanos são amarelos, brancos e de vários tons.
Não há casas e nem apartamentos. Tampouco ocas. Nem cabanas.  Todos moram ali. O mundo inteiro. Ali... não sei onde.
E o andarilho não consegue mais pensar. Vai andando pela estrada. Já não é mais estrada... ele está voando e nem percebeu.
Alimenta-se de brisa e vento e nunca sente sede ou fome. Está feliz, solto, confuso, e se sente justo.
O que ele não quer é parar.
Mas neste caminho será que existe uma parada?
É aqui e ali, lá e acolá. Pode ser...
E o andarilho agora vai se deliciando com prazeres sem deveres.
Anda, voa, pula, salta e dança. Depois em uma sequência que não tem origem, fim e meio; o andarilho transpira de felicidade. Pode até aterrissar.
Pergunta-se e responde a si mesmo : “Onde estava este caminho? Sempre caminhei e nunca o encontrei”.
E a História assobia no ouvido dele: “Ei andarilho... o caminho foi você mesmo que o fez!”
Pode ser português, inglês, francês, italiano, espanhol e, inclusive, esperanto. Até ser silêncio total. De volta e de ida.
O andarilho caminha e nunca está cansado.
Voa e sempre quer beijar. Apaixona-se e quer nadar. Vibra e trava a língua. Viaja e sempre está no mesmo lugar. Deseja, mas se realiza.
Parar? Não. Definitivamente não. O andarilho quer criar, criar, criar, criar, e mais criar, criar e criar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário