quinta-feira, 29 de maio de 2014

Direitos Autorais

Direitos Autorais Lei nº 9610/98 e Lei nº 12853/13. Todas as obras publicadas no blog Oceanos Inquietos são de autoria de Sergio Eduardo Del Corso. Caso queira copiar algum texto, citar o nome do autor. 


Céu além mar


“Paisagem natural com céu além mar,

desenha o plano da vida,

em contos de ovelhas francesas,

puros como algodões macios,

que tecem as imagens do dia, 

e desvendam a beleza dos campos.”

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Bravuras nítidas

“Rompantes de gelos perfuram recifes,

em brasas, em fogo, em quentes ares,

revelando o complemento que faltava,

gases ácidos de exageros alcalinos,

na corda de uma colina,

anunciam penhascos de sólidas histórias,


onde o vento faz de sua morada o ninho.” 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Pétala ninfa

Pétala: ninfa em flor,

vermelho vivo de Hérmia,

silencia o corpo,

transmite desejos,

aceita o momento,

desperta a luz,

evoca a deusa,

beija o tempo.


(Fonte da foto: Google)

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Progresso régio

Acabou de chegar pelo correio o livro Pé de Poesia. Livro de poesias do Concurso Cultural Pé de Poesia 2014, com o tema A cidade de Nova Odessa - "O paraíso do verde", da Prefeitura Municipal de Nova Odessa do Estado de São Paulo. Participei com a minha poesia Progresso régio, categoria livre que foi publicada no livro, página 100.
 
Progresso régio (Nova Odessa)

Passadas largas de modernidade
brilhando no futuro claro e tão vivo.
Trilha nobres passados com toda
a beleza do moderno e do novo.
Conecta todos os horizontes bem vistos
e sempre queridos na nobreza do povo.
Não queira comparação, pois somente
a espontaneidade faz parte de ti.
Odessa pronta, Odessa límpida.  
Faz tua força adiantar progressos e nunca te
esqueça que mulheres e homens forjaram luzes.
Iluminaram ações que ninguém, absolutamente
ninguém via ou ouvia, mas que no coração queria.
Nasce em teus seios crianças inocentes que
florescerão em seres humanos dignos de sua dignidade.
Odessa sua, Odessa minha, Odessa nossa.
Como régio triunfo da mistura da gente,
educa e cria a vontade da vitória.
Orgulho maior não há, Odessa nova.
Verde lírico transformará o ventre natural
da origem gloriosa de tua terra.
Sorria verde, brota verde, cresce verde.
Odessa semente, Odessa flor, Odessa fruto.
Resultado nobre da felicidade intensa
do bem viver e feliz em ser.

Foto: Nova Odessa (Fonte: Google)

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Oriente Fuji

Dia 7 de maio, foi meu aniversário. Completei 44 anos. Sinto-me mentalmente com 44 anos e fisicamente com 18 anos. Para comemorar aqui, vou publicar uma das poesias que eu mais gosto. Escrevi pensando na cultura da Ásia e como inspiração mental o Monte Fuji no Japão. Chama-se Oriente Fuji.




“...Vai, escorrega,
passa, vai e alerta o arco-íris
que o mundo tem que descer.
Brilham almas, dançam corações,
jorrando virtudes e folhas.
Folhas secas com pés descalços,
combinando com terra molhada.
Floras em plumas de azuis.
E o Oriente avisa
com ternura de chá de ervas;
feito na caneca da humildade,
sempre equilibrado.
Doce manhã de inverno frio
com a quentura do doce elixir das flores
coloridas do Monte Fuji!
Voa alma do Oriente,
embeleza o dia eterno...”  

(Fonte da foto: Google) 

Família Del Corso

Coloquei a foto da cidade de Calci que fica na Toscana na Itália porque é a cidade de origem do meu bisavô Paolo Salvatore Giovanni Del Corso. Ele nasceu no dia 27 de outubro de 1861 em Montemagno, uma frazioni da cidade de Calci. Já tive o prazer de ir e conheço bem. Calci tem em torno de 6.500 habitantes. Em Montemagno, aproximadamente, vivem 900 pessoas. É uma região mágica e encantadora. É uma autêntica poesia o lugar. Em homenagem escrevi um poema chamado Montemagno:


Humilde vilarejo com acento da torre,
esconde-se sempre atrás da fama em suas magias,
recebe toda a gente,
com seus aromas de oliveiras.

Histórias passadas do povo etrusco
deixaram heranças nobres.
O bem ser, o bem viver, o bem estar, o bem comer.

O tempo aí é como um filtro cálido
abençoando nossas intensas sensações.
Tão gentil, tão repousante.

Pão com cor de Toscana,
verdes flores como a saborosa azeitona,
feias frentes de casas lindas.
A paz de famílias unidas.
Passa o vento e acaricia o rosto
e sente-se o segundo eterno.

Redes de azeite puro como o coração doce,
recolhem emoções e sentimentos.
Montemagno, mi piace Montemagno.

Calci (Toscana, Itália)

                                 Calci, Toscana - Itália (Fonte da foto: Google) 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Passeio Vital

Minha prosa chamada Passeio Vital que foi publicada na revista literária n° 29, maio/junho 2014, de Genebra na Suíça: Varal do Brasil

Caminhando por um jardim percebo o quão belo é viver. Viver de verdade, não simplesmente viver, mas viver! Vejo as plantas, as flores e penso imediatamente que quando olhamos para pequenas sementes pousadas em nossas mãos, não imaginamos que se tornarão estes colírios para a alma. Vou seguindo e mais adiante: formigas desenvolvem a sua disciplina de equipe. Tão bem coordenadas. Sem conflitos, sem discussões, sem dúvidas, sem medos. Resolvo sentar em um dos bancos. Respirar o ar puro. Percebemos o oxigênio de duas maneiras: quando nos falta ou quando estamos totalmente relaxados. No banco deste jardim, elejo o segundo. Bate a brisa do vento de outono e com ela, de carona, vêm pensamentos bons e construtivos. E deixa-me um novo penteado em meus cabelos. Não quero ir a mais lugar nenhum. Permaneço por aqui. Segundos assim são anos suaves, serenos, carinhosos e bem vividos. Esqueci de dizer que estava de olhos fechados. Abrindo-os, encena-se um teatro de dois pássaros bem na minha frente. Parecem enamorados. Estão brincando sem pensar em nada, apenas brincam. Crianças, em sua doce infância, somente sabem conjugar o verbo brincar. Na jornada da existência o estar relaxado, o respirar, o não pensar e o não fazer nada é viver intensamente. Intensamente, maravilhosamente. Mais acima o astro rei. Uma ideia: qual a distância entre mim e o Sol neste exato momento? Mais alguns segundos e... a resposta é: aquela que eu quiser. A Natureza possui este brilho eterno de estabelecer um relacionamento único com cada ser humano deste planeta azul. Azul da Terra. Porém, cuidado! A mãe Natureza funciona como um espelho: reflete todos os pensamentos e ações que permeiam nossa natureza humana. Meu corpo está leve, meu rosto inspira beleza e meus pés querem dançar. Aproveito este devaneio tão real, levanto-me e prossigo. Há tantas cores: azul do céu, verde das árvores, vermelho das rosas e todo um arco-íris natural. Naturalmente. Um pequeno lago atravessa o jardim. E pensar que esta é a mesma água que circula por todos os continentes. Deu a volta no mundo e veio encontrar-me. Não cheguei atrasado, não, não. Estou no tempo da vida. De repente, um cachorro passa correndo por mim. Incrível: está perseguindo um gato. Traquinagens dos animais. Respiro mais fundo e lembro-me de algo. A pouca distância, diretamente ao meu encontro sorrindo: minha esposa. Tínhamos marcado justamente a esta hora. Abraço-a de uma maneira diferente e única. Somos amor. Meus olhos filtram: o jardim, os pássaros, as plantas, as flores, as formigas, as árvores verdes, a terra, o cachorro, o gato, o pequeno lago, o céu e a água azuis, mulheres, homens, crianças... minha esposa. Respiro vivamente!

domingo, 4 de maio de 2014

Atenção Renovadora

Meu conto "Atenção Renovadora" publicado no jornal literário "O Argonauta", edição nº 30 de maio/junho 2014, comemoração de cinco anos de atividade.


Eram exatamente e britanicamente três da tarde.
Richard chegara ao que considerava legítimo urbano, ou seja, na calçada da Regent Street. Asfixiava-se todas as vezes que andava de metrô. Enquanto respirava profundamente manteve-se hipnotizado com um olhar focado, penetrante e feminino vindo da esquina oposta em sua direção. Sentia todo o calor daquela mirada e, recompondo-se, caminhou rápido para o semáforo de pedestres para situar-se onde estava, tal era a distração.
Pensou nos acontecimentos daquela semana e das pessoas, que de alguma maneira, passara a conhecer. Participara do congresso mundial de geologia e esquecera por uma semana a sua querida San Diego. Confundia-se com a expressão séria dos pedestres e, de repente, os segundos de que dispunha para atravessar a rua transformaram-se em confusas imagens de faces, apertos de mãos e cartões de visitas em diversos idiomas... Não lembrava.
Ao perceber que estava de frente à Piccadilly Circus teve o atrevimento de verificar minuciosamente na esquina se o farol iluminado ainda permanecia. Para sua decepção, foi-se dali.
Como a solidão é o sentimento companheiro das boas novas nas grandes cidades do mundo, Richard sentiu um aperto no peito como se a partir daquele momento a necessidade daqueles olhos azuis e tão profundos fizessem parte do seu cotidiano.
Deu uma volta sobre todo o panorama dinâmico e turístico na esperança de duas pupilas que lhe tocaram a alma, porém em vão.  
Richard deu-se conta de que seu voo partiria às sete. Deixaria a sensação única de um olhar transformador em sua vida para trás. Ali mesmo, no centro de Londres.