Minha prosa chamada Passeio Vital que foi publicada na revista literária n° 29, maio/junho 2014, de Genebra na Suíça: Varal do Brasil
Caminhando
por um jardim percebo o quão belo é viver. Viver de verdade, não simplesmente
viver, mas viver! Vejo as plantas, as flores e penso imediatamente que quando
olhamos para pequenas sementes pousadas em nossas mãos, não imaginamos que se
tornarão estes colírios para a alma. Vou seguindo e mais adiante: formigas desenvolvem
a sua disciplina de equipe. Tão bem coordenadas. Sem conflitos, sem discussões,
sem dúvidas, sem medos. Resolvo sentar em um dos bancos. Respirar o ar puro.
Percebemos o oxigênio de duas maneiras: quando nos falta ou quando estamos
totalmente relaxados. No banco deste jardim, elejo o segundo. Bate a brisa do
vento de outono e com ela, de carona, vêm pensamentos bons e construtivos. E
deixa-me um novo penteado em meus cabelos. Não quero ir a mais lugar nenhum. Permaneço
por aqui. Segundos assim são anos suaves, serenos, carinhosos e bem vividos. Esqueci
de dizer que estava de olhos fechados. Abrindo-os, encena-se um teatro de dois
pássaros bem na minha frente. Parecem enamorados. Estão brincando sem pensar em
nada, apenas brincam. Crianças, em sua doce infância, somente sabem conjugar o
verbo brincar. Na jornada da existência o estar relaxado, o respirar, o não
pensar e o não fazer nada é viver intensamente. Intensamente, maravilhosamente.
Mais acima o astro rei. Uma ideia: qual a distância entre mim e o Sol neste
exato momento? Mais alguns segundos e... a resposta é: aquela que eu quiser. A
Natureza possui este brilho eterno de estabelecer um relacionamento único com
cada ser humano deste planeta azul. Azul da Terra. Porém, cuidado! A mãe
Natureza funciona como um espelho: reflete todos os pensamentos e ações que
permeiam nossa natureza humana. Meu corpo está leve, meu rosto inspira beleza e
meus pés querem dançar. Aproveito este devaneio tão real, levanto-me e prossigo.
Há tantas cores: azul do céu, verde das árvores, vermelho das rosas e todo um
arco-íris natural. Naturalmente. Um pequeno lago atravessa o jardim. E pensar
que esta é a mesma água que circula por todos os continentes. Deu a volta no
mundo e veio encontrar-me. Não cheguei atrasado, não, não. Estou no tempo da
vida. De repente, um cachorro passa correndo por mim. Incrível: está
perseguindo um gato. Traquinagens dos animais. Respiro mais fundo e lembro-me
de algo. A pouca distância, diretamente ao meu encontro sorrindo: minha esposa.
Tínhamos marcado justamente a esta hora. Abraço-a de uma maneira diferente e
única. Somos amor. Meus olhos filtram: o jardim, os pássaros, as plantas, as
flores, as formigas, as árvores verdes, a terra, o cachorro, o gato, o pequeno
lago, o céu e a água azuis, mulheres, homens, crianças... minha esposa. Respiro
vivamente!
Simplesmente lindo com uma grande sensibilidade, Parabéns tenho um grande orgulho de ser sua esposa :) <3
ResponderExcluirObrigado de coração, Roberta!
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