Não sabemos a origem. Foi alguma galinha que o
botou. A granja desconhece-se de onde é.
Veio ao mundo e em algum lugar ficou. Não sei
fazendo exatamente o quê.
Uma ideia surgiu da mente de alguém que teria que
levá-lo a algum destino.
Lá foi ele.
Bem cuidado. Logisticamente transportado.
Tinha seus companheiros. Onze para ser preciso. Time
de futebol parecia, mas com a sua presença formava doze. Doze é a soma perfeita
da dúzia.
Vento, sol, chuva, frio e calor por tudo isto pode
ser que passou.
Nunca sequer em nossos pensamentos mais levianos
alguma vez pensamos no caminho ou na trilha dele.
Comemos, saboreamos, degustamos, sentimos.
De transporte automobilístico, por trem, avião ou
barco. Pode ser até que caminha na boleia da estrada.
De repente chega ao local da venda.
Quitanda, lanchonete, pequeno ou hiper mercado. Tudo
mundo olha os doze amigos.
Uma pessoa os olha e os escolhe. Lá vão eles todos
unidos.
Unidos venceremos. Seremos cozidos ou estamos
fritos.
Entramos numa cesta. Sexta ou terça-feira. É capaz
de ser um carro de compras. Isto não lhes modifica o sabor.
Como tudo passa rápido. Cuidado! Somos os doze muito
frágeis. Não queremos ir assim sem mais, nem menos.
Ufa, enfim! Uma casa. Um apartamento. Um gato e crianças.
Gente que fala e sempre come.
Somos todos destinados a uma geladeira.
E eu os vejo um dia, dois e três dias.
Retiro a caixa e então vejo o ovo quebrado.
Observo com muita atenção, medito na questão e
naquele momento reflito que não.
Um dia levantei e pensei em cozinhá-lo e está
quebrado novamente. Da mesma maneira que estava outro dia. Ou ontem talvez.
Bem agora já fritei com manteiga e queijo.
O destino configurado do ovo que estava quebrado.
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