quinta-feira, 20 de março de 2014

O Ovo Quebrado

Não sabemos a origem. Foi alguma galinha que o botou. A granja desconhece-se de onde é.
Veio ao mundo e em algum lugar ficou. Não sei fazendo exatamente o quê.
Uma ideia surgiu da mente de alguém que teria que levá-lo a algum destino.
Lá foi ele.
Bem cuidado. Logisticamente transportado.
Tinha seus companheiros. Onze para ser preciso. Time de futebol parecia, mas com a sua presença formava doze. Doze é a soma perfeita da dúzia.
Vento, sol, chuva, frio e calor por tudo isto pode ser que passou.
Nunca sequer em nossos pensamentos mais levianos alguma vez pensamos no caminho ou na trilha dele.
Comemos, saboreamos, degustamos, sentimos.
De transporte automobilístico, por trem, avião ou barco. Pode ser até que caminha na boleia da estrada.
De repente chega ao local da venda.
Quitanda, lanchonete, pequeno ou hiper mercado. Tudo mundo olha os doze amigos.
Uma pessoa os olha e os escolhe. Lá vão eles todos unidos.
Unidos venceremos. Seremos cozidos ou estamos fritos.
Entramos numa cesta. Sexta ou terça-feira. É capaz de ser um carro de compras. Isto não lhes modifica o sabor.
Como tudo passa rápido. Cuidado! Somos os doze muito frágeis. Não queremos ir assim sem mais, nem menos.
Ufa, enfim! Uma casa. Um apartamento. Um gato e crianças. Gente que fala e sempre come.
Somos todos destinados a uma geladeira.
E eu os vejo um dia, dois e três dias.
Retiro a caixa e então vejo o ovo quebrado.
Observo com muita atenção, medito na questão e naquele momento reflito que não.
Um dia levantei e pensei em cozinhá-lo e está quebrado novamente. Da mesma maneira que estava outro dia. Ou ontem talvez.
Bem agora já fritei com manteiga e queijo. 
O destino configurado do ovo que estava quebrado. 

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